sábado, 16 de janeiro de 2010

Adeus

Passou as mãos nos meus cabelos e disse-me adeus. Quase não acreditei. Quis não acreditar. Adeus é forte demais. Estremeci. Quis muito chorar. Disse adeus também pois sou muito orgulhoso. Não queria dizer adeus. Queria dizer não vá. Queria dizer fica. Mas só sorri. Sorri fingindo estar tudo bem. Com os olhos cheios d'água, o coração disparado e a sensação clara de que iria desmaiar, consegui ter a frieza de sorrir e fingir que estava tudo bem. Mas estava desesperado. Eu era louco por aquela pequena. Que ódio, meu Deus, que ódio. Não é que dizendo adeus ela ficava ainda mais bonita?! Queria bater minha cabeça na parede, ver sangrar. Sofrer. Muita dor no peito. A imagem daquela mulher saindo do meu apartamento era pior que o pior dos meus pesadelos. Logo aquela mulher que me dera tantas alegrias. Foram noites alucinantes de incessante prazer. Demos muito amor um ao outro. Lembro-me da mania que ela tinha de brincar com os meus pentelhos e como revirava os olhos quando ia gozar. Que loucura! Que loucura eu estava fazendo ao deixá-la ir embora. Gritei:
-Helena!
Helena já estava na porta. Quando se virou pude perceber que estava chorando. Fui até ela com a coragem de um guerreiro que se aproxima da caça e dei-lhe o maior Beijo que já dei em qualquer mulher na minha vida. Um Beijo que faz esquecer nome e endereço. Beijo de loucura e paixão. Beijo com B maiúsculo. E, muito emocionado, sussurrei em seu ouvido:
-O nosso adeus é uma lágrima que um dia seca e tu voltarás para este lar que tanto te quer.
Helena sorriu, fechou os olhos e disse:
-Volto sim, meu amor, volto sim...
Deu um berro pra cima que me arrepia os pelos da nuca até hoje só de pensar. Saiu porta afora.
Nunca mais vi Helena.

2 comentários:

  1. helena...? anda meio manoel carlos heim...vai ter continuação? beijos, e escreva mais porque sempre gosto muito, você sabe disso!!!

    ResponderExcluir