segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Rua Arnaldo Prata

No palco um banco onde está sentada uma mulher, Mulher 1, lendo uma revista. Da platéia entra uma outra mulher, Mulher 2 como se estivesse procurando alguma coisa. Sobe no palco e vê a mulher sentada no banco como uma esperança.

Mulher 1 – Com licença.
Mulher 2 – Pois não?
Mulher 1 – Você poderia me dar uma informação? É que eu to meio perdida.
Mulher 2 – Mas é claro.
Mulher 1 – A senhora sabe onde fica a Rua Arnaldo Prata?
Mulher 2 – Como é que é?? A senhora está indo pra essa rua??
Mulher 1 – Estou sim.
Mulher 2 – Então a senhora vai me desculpar mas a senhora não bate bem. Pruma pessoa querer ir pra esse lugar, justamente esse lugar, só pode ser completamente louca!
Mulher 1 – Jura??
Mulher 2 – Louca varrida!! Minha senhora, o Iraque, Afeganistão, a Tijuca é tranqüila perto dessa Rua!! Meu Deus... O que a senhora pretende fazer nesse ninho do mal??
Mulher 1 – Eu preciso visitar uma amiga minha...
Mulher 2 – Uma amiga sua?? Peraí, não vai me dizer que essa sua amiga se chama...
Mulher 1 – Lúcia.
Mulher 2 – Meu Deus!!! Sua amiga é a Lucia??!! Por que você vai visitar a Lucia?? A senhora realmente não bate bem!! Logo a Lucia que a senhora vai visitar??
Mulher 1 – Qual é o problema?? Eu sou amiga da Lucia!
Mulher 2 – Já começou mal, né? Nunca tenha relações com alguém que more nesse inferno em forma de rua!! A senhora foi ter relações logo com a pior de todas??
Mulher 1 – A Lucia??
Mulher 2 – Nem fala esse nome perto de mim...
Mulher 1 – Meu Deus, mas o que tem de tão ruim nessa maldita rua. E pior o quê que a Lucia tem pra piorar ainda mais a situação??
Mulher 2 – Meu Deus, nem queira saber... Você quer mesmo saber o que faz dessa rua a mais maldita que já conheci??
Mulher 1 – Por favor!
Mulher 2 – A senhora, por acaso, tem medo de anões??
Mulher 1 – Não.
Mulher 2 – E de anões cabeludos?
Mulher 1 – Também não.
Mulher 2 – Hmmm... Melhorou um pouco a sua situação. Acho que já posso te contar o paradeiro dessa rua diabólica.
Mulher 1 – Meu Deus, mas o quê que anões e anões cabeludos tem a ver com essa rua??
Mulher 2 – Ih, minha filha, você tá realmente por fora. Nem te contei e você já tá toda intrigada! Espera eu chegar na parte que envolve a Lucia. Ah, pra te contar a parte que envolve a Lucia eu preciso te perguntar: Você tem medo de palhaços??
Mulher 1 – Não!
Mulher 2 – E de anões palhaços?
Mulher 1 – Também não!!
Mulher 2 – E de anões palhaços com uma leve pelugem?
Mulher 1 – Mas isso envolve a Lucia?!?!
Mulher 2 – Bom, podemos dizer que a pelugem foi exagero meu.
Mulher 1 – Mas não é possível!! Eu conheço a Lucia há anos!! Há anos!!! Nunca tive nenhum contato com palhaços anões que...
Mulher 2 – Palhaços anões com pelugem. Pelugem não foi exagero não.
Mulher 1 – Enfim, eu nunca tive contato com anões palhaços peludos que envolvessem a Lucia. Eu to indo na casa dela até pra ver se ela tá bem. O namorado de anos dela terminou com ela.
Mulher 2 – Esse namorado dela, não seria o...
Mulher 1 – O Julio.
Mulher 2 – Ai, meus Deus!!! Meu deus!!! O Julio é o pior de todos, querida!!
Mulher 1 – Jura??
Mulher 2 – Se você quiser eu te conto também sobre o Julio. Mas você, por acaso, tem medo de pêssegos gigantes geneticamente modificados que devoram pessoas?
Mulher 1 – Meu Deus, não sei. Devo ter!
Mulher 2 – Bom, então a história do Julio é melhor eu não te contar, né?? Mas eu te conto tudo sobre essa maldita rua e a louca da Lucia, já que você não tem medo de anões palhaços peludos... Tem certeza que você não tem medo de anões peludos vestidos de palhaço??
Mulher 1 – Tenho!
Mulher 2 – Então tá.
Mulher 1 – Mas isso é muito louco. É tudo muito louco!! Como eu nunca desconfiei?? A Lucia nunca me falou nada.
Mulher 2 – As pessoas mentem, querida.
Mulher 1 - Mas a Lucia sempre me pareceu tão centrada.
Mulher 2 – Ah, é! Centrada em anões peludos travestidos de palhaço!!
Mulher 1 – Eu não acredito!! Pelo amor de Deus, me conta logo o paradeiro da tão temida e, pelo visto, bizarra, Rua...
Mulher 2 – Não fale alto o nome da Rua. Podem até te prender.
Mulher 1 – Meu Deus, é tão grave assim??
Mulher 2 – Querida, você não entendeu?? Não estamos falando de qualquer rua!! Estamos falando da Rua Armando Prates!!
Mulher 1 – Arnaldo Prata.
Mulher 2 – Oi?
Mulher 1 – Arnaldo Prata. O nome da Rua é Arnaldo Prata.
Mulher 2 – Ah, é?
Mulher 1 – Aham.
Mulher 2 – Ah, Arnaldo Prata não sei onde fica não.
Mulher 2 volta a ler a revista. Mulher 1 desolada.
B.O.

Texto de 2006

Música em palavras

No palco duas poltronas. Entra então a vinheta do programa “Música em palavras”. Durante a vinheta entram dois homens e se sentam na cadeira. São dois velhos bem caretas. Rubens, o apresentador, começa a conversar com o “telespectador”.


Rubens – Boa tarde. Eu sou Rubens, o apresentador e está começando mais um “Música em Palavras”, diretamente para a sua televisão. Como vocês estão hoje? Tudo na paz? Eu estou simplesmente radiante, pois teremos um grande programa hoje. Antes de qualquer coisa, eu vou explicar do que se trata o nosso programa: Eu com a minha linda voz, vou recitar para você, querido telespectador, lindas e singelas letras de músicas que com certeza irão emocionar você e toda a sua família. Aqui ao meu lado está o homem que irá comentar as letras recitadas pela minha pessoa, não é mesmo Heráclito?

Heráclito – Exatamente. Eu só estou aqui para no final de cada letra soltar comentários como “Lindo!”, “Genial!” ou simplesmente “Hmmmm...”. É com você, Rubens!

Rubens – Rubens, o apresentador.

Heráclito – Oi?

Rubens – Não fala só Rubens. Eu sou Rubens, o apresentador.

Heráclito – Ah, é? Você faz questão mesmo?

Rubens – Faço.

Heráclito – Eu pensei que você tava brincando lá no camarim.

Rubens – Não, não estava.

Heráclito – Ah, ta. Desculpa.

Rubens – Nada. Quê isso!

(Silêncio)

Rubens – To esperando.

Heráclito – O quê?

Rubens – Fala meu nome de novo.

Heráclito – Ah, sim. É com você, Rubens!

Rubens – O apresentador!

Heráclito – Quê?

Rubens – Você quis dizer “Rubens, o apresentador”, né?

Heráclito – É, você. Rubens.

Rubens – Rubens, o apresentador! Fala “Rubens, o apresentador”! Soa melhor!

Heráclito – Rubéns, o apresentador!

Rubens – Obriga...

Heráclito – Não! Falei errado! Tem que dar a frase toda que senão não faz sentido, né? É com você, Rubens, o apresentador!

Rubens (com uma certa impaciência) – Muito obrigado, Heráclito. Bom, agora....

Heráclito – Peraí. Por que você não fala “Heráclito, o comentarista”?

Rubens – O quê?

Heráclito – Por que você é Rubens, o apresentador e eu Heráclito solto, sem um título?

Rubens – Ta, que seja.

Heráclito – Que seja nada! Quando as pessoas comentarem na rua vão falar: “Você conhece o Rubens?” “Rubens, o apresentador?” “É!” “Conheço.” “E o Heráclito?” “Quê Heráclito?” “Heráclito, Heráclito” “Só Heráclito?” “É.” “Ele não tem nenhum título, tipo ‘o comentarista’?” “Que eu saiba não!” “Ih, então não conheço.” Aí, pronto, ninguém me conhece!!

Rubens – Ta bom, Heráclito.

Heráclito – Como?

Rubens – Heráclito, o comentarista.

Heráclito – Muito obrigado, Rubens.

Rubens – Rubens, o apresentador!!!

Heráclito – Foi o que eu disse.

Rubens – Enfim, vamos ao que interessa, não? A primeira letra do dia que irei recitar:

(Pega uma ficha e começa a ler dela, interpretando cada palavra sem se ligar no que realmente a letra diz. Os parentes em itálico seriam os comentários feitos por Rubens durante a leitura).

Chico Buarque de Hollanda! Começamos bem, hein? “A Ciranda da Bailarina”. Bonito título. A produção separou o melhor trechinho da música para que eu possa recitar:

“O padre também pode até ficar vermelho, (Por que ele ficaria vermelho, gente?!)

Se o vento levanta a batina (Ai, só você Chico...)

Reparando bem todo mundo tem pentel...”

(Repara a palavra, pára e limpa a garganta para disfarçar)

Heráclito (Confuso, sussurrando) – Acabou? (disfarçando) Nossa, Genial! Genial!

Rubens – Não! Creio que essa letra seja um pouquinho forte pro nosso horário. Vamos para a próxima:

(Pega uma segunda ficha)

Bom, essa veio sem título nem autor! Mas a produção é bem competente, deve ser uma letra maravilhosa:

(Vai lendo da mesma forma da primeira)

“Vou mandando um beijinho,

Pra filhinha, pra vovó (Momento Familiar aqui no “Música em Palavras”!)

Só não posso esquecer (Não posso!)

Da minha egüin....” Mas não é possível!

Heráclito – Hmmmmm.... Linda!

Rubens - Pára! Essa letra é deprimente!! Eu já sei o quê que é isso!!

Heráclito - O quê?

(Rubens sai de si)

Rubens (se levanta) – Isso é um boicote dessa produção filha da puta!!!

Heráclito – Quê isso, Rubens?

Rubens – Rubens é o caralho!! É Rubens, o apresentador, seu merda!

Heráclito – Meu Deus.

Rubens – Pára de fazer tipinho, Heráclito. Aliás, mas que nome de merda é Heráclito?? Seus pais deviam estar muito bêbados quando resolveram te dar um nome tão escroto! Ou simplesmente eles têm nomes muito escrotos também e resolveram seguir uma pequena tradição familiar de nomes feios, incompreensíveis e quase impossíveis de se falar!! Mas apesar de você se chamar Heráclito eu gosto de você. Juro que gosto! Se junte a mim. Vamos se rebelar contra essa produção escrota, Heráclito!

Heráclito – Heráclito? Só Heráclito, sua bicha loca???!! É Heráclito, o comentarista!!

Rubens – É isso aí! Onde já se viu??!! Só porque eu, humildemente, pedi 67 toalhas brancas, 68 toalhas azuis, 69 toalhas marrom esverdeado e 28 garrafas de água de coco para o meu camarim, estourando o orçamento de três anos da emissora, tudo isso na maior humildade lógico, eles resolvem me humilham dessa maneira??!! É um absurdo!!

Heráclito – Você pediu isso tudo mesmo?

Rubens – Pedi! E pediria mais se pudesse.

Heráclito – Porra, eu não tenho nem um camarim só meu. O máximo que eu tenho é um banheiro ali no corredor pr’eu me trocar antes do programa.

Rubens – Ah, é sobre isso que eu queria te falar. Vou pedir pra você não usar aquela banheiro porque agora eu to trazendo o meu cachorro pras gravações e ele precisa de um lugar certo pra fazer cocô. Você não precisa daquela banheiro, né?

Heráclito – Não, deixa pra lá. Você sabe que eu faria qualquer coisa pra...

Rubens – É mermo, é??? Foda-se!! Ninguém perguntou nada!! Você ta comigo ou não tá?

Heráclito – Tô, né?

Rubens – Ótimo! Vamos mandar todo mundo tomar no cú??!

(Entram três seguranças da emissora)

Segurança Chefe – Não vai mandar nada!

Seguranças – Não vai mandar nada!!!!

Rubens – Quem é você?

Segurança Chefe – Eu sou o chefe de Segurança da Emissora.

Seguranças - Eu sou o chefe de Segurança da Emissora!!!

Heráclito – Vocês também?

Segurança Chefe – Não, eles são simples seguranças.

Seguranças - Não, eles são simples seguranças!!!

Segurança Chefe – Só repetem tudo o que eu digo.

Seguranças - Só repetem tudo o que eu digo!!!

Segurança Chefe – Berrando.

Seguranças – Berraaandooo!!!

Segurança Chefe - E vocês estão presos.

Seguranças – E vocês estão presos!!!

Rubens – Mas o quê que a gente fez?

Segurança - Meu amigo,deixa eu te ensinar uma coisa: Você tem que se controlar. Só porque você sofre um pequeno trote da sua produção não lhe dá o direito de sair xingando Deus e o mundo em plena gravação. Isso prejudica a sua imagem e a imagem da emissora. Isso serve pra você também, Herác... Seja lá como for o seu nome! Só porque o coleguinha resolve sair xingando você vai atrás? Não pode ser um “Maria– vai–com–as-outras”! Se ele pulasse de um prédio, você pularia? É claro que não. Então esse banimento da emissora vai servir a vocês dois como lição e espero que vocês consigam refletir e rever todos os seus conceitos.

(durante essa fala, os dois seguranças tentam repetir, mas o Segurança Chefe emenda uma fala na outra. Quando ele acaba, eles tentam alguma coisa:)

Seguranças – Maria-vai- com..... lição.... rever... conceitos.....

Segurança Chefe – Não precisa repetir absolutamente tudo, imbecis.

Seguranças (felizes por terem conseguido repetir) – Não precisa repetir absolutamente tudo, imbecis!!!

Segurança Chefe – Vambora.

Seguranças – Vambora!!

Heráclito – Vocês não podem me prender!! Eu preciso desse emprego! Onde eu vou trabalhar com essa porra de nome?? Quem vai querer um funcionário chamado Heráclito??!! Ninguém!

(Os seguranças saem de cena levando Heráclito que continua reclamando até sair de cena. Fica Rubens e Segurança Chefe)

Segurança Chefe – Vamos, seu Rubens.

Rubens – É Rubens, o apresentador.

Segurança Chefe – Oi?

Rubens – Foda-se.

(Sai por espontânea vontade acompanhado por Segurança Chefe logo atrás sem entender nada.).


Texto de 2005.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Alaíde.

O pai das criança nunca tá. Tá sempre viajando. De vez em quando ele aparece, fica dois dias e vai embora. Quer dizer, as criança sente falta,né? Né mole não. A mãe vive fora de casa. Não viajando mas fazendo outras coisa. Nem pensa nas criança também. Fica o dia inteiro fazendo compras, querendo tudo que vê. Tá bebâda o dia inteiro, uma coisa horrorosa. Olha, nunca vi, viu?! Coisa mais esquisita... Como é que você bota gente no mundo e não toma conta?! Porque uma coisa é você contratar babá pra AJUDAR na educação dos filho, não pra educar por você. Olha, eu tenho pra mim, de verdade, que isso é um absurdo. E as criança é tudo uma graça! Você precisa ver... Se fosse criança feia a gente até entendia, né? Porque às vezes a gente não dá sorte, a criança vem feia e aí dá preguiça de ficar perto. Eu até entendo isso. Mas essa mulher e esse homem não olha pros meninos. É triste mesmo. O mais novinho, Tony, cismou agora que quer ser modelo. Ai, ai, criança doida. Aí eu disse pra ele, Tony, você é bonito e tal mas essa carreira é muito curta. Tem que estudar. E ele escuta com os olhão aberto. O mais velho é mais quietinho mas é um amor. De vez em quando ele fala dormindo. É fantástico mesmo, ele fala coisas bem birutas mesmo, sabe? Quero viajar na asa da borboleta, ele fala. Me deixa voar na asa dessa borboleta. O mais velho tem 6 e o Tonyzinho 4. Duas figurinhas. Tão pequenininhos, tão frageizinhos, dá dó mesmo sabe. Um dia, minha vontade é pegar essas criança pra mim. E ficar com eles. Só pra mim. Ai, seria tão bom. Ia ficar feliz mesmo com esse dois rapagões lá na minha casa me dando alegria. Eu daria tanta alegria a eles. Um dia ainda mato essa mulher e esse viado. Mato mesmo. Dô porrada na cara dessa filha da puta pr'ela aprender que ela é uma porcaria de mãe. Uma vergonha. Eu sou mais eu. Essas criança são minha! Fui eu que criei e eu que vou continuar cuidando. Pra sempre!! Ouviu, sua vaca?! Pra sempre.

- Alaíde, para de passar essa roupa!! O Tony caiu da varanda! Ai!! Meu filho caiu, Alaíde!! Puta que pariu, Alaíde,12 andares!

Você sabia que um ferro de passar roupa na cara é capaz de matar?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mais um chopp, por favor. Dois.

A boca que se mexe sem parar.
A vida que me arrebata pra valer.
A fome que se instaura sem querer.
A vontade de querer admirar.
A saúde que tem pra dar e vender.
O medo que dá só de pensar.
A sede que vem pra completar.
O chopp que desce pra satisfazer.
Os olhos que olham pra saber se é certo ou não olhar.
A certeza que vem pra duvidar.
A mágoa que sempre nos faz lembrar da vontade de esquecer.
O esquecimento que chega pra renovar.
A possibilidade que ataca pra aquecer .
Dois chopps que acabam sem notar.
Duas vidas que se juntam pra não morrer.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Duas letrinhas aí...

Certas Surrealidades

Mexeu comigo e nem percebeu
No final daquilo tudo eu não sabia nem mais quem era eu

Naquele instante minha vista escureceu
E a noite que era negra, na minha mente confusa amanheceu

Tudo era novo, uma outra realidade
E a dúvida que pairava sobre o certo e o errado
Me deixava com vontade de ter um pouco mais de idade
Pra poder saber lidar com certas surrealidades

Garota,
Joga esse charme pra lá
Que não fica bem ouvir
Para de querer me confundir
Chega de querer o que não é pra se querer de supetão

Garota,
Não é assim que a banda vai tocar
Mas se tocar, você vai ouvir?
E aí que a dúvida mora, então chora
Pra eu entrar alguém tem que sair


Dança sozinha no salão

De repente vi tudo ir embora
Fostes indo porta afora
Sem ao menos me explicar

Escapaste feito água
E eu, que não sou pedra, guardo mágoa
Só ficou desilusão

Virou deserto o que era estrada
Virou secreta o que era declarada
A verdade desmanchada pelo chão

Virou esteira o que era escada
Virou grosseira o que era delicada
A verdade arrasada pelo chão

Dança sozinha, a verdade, no salão

Não queria fazer isso!

Amigos, não pensem que é meu desejo ter um blog.
Não é.
Nunca pensei que teria um blog e até agora, escrevendo essa frase, a vontade em mim de ter um blog não é forte o suficiente para ter um.
Mas vocês vejam como a vida é.
Estava em casa sem nada pra fazer, ouvindo músicas aleatórias.
Entrei na internet.
Confesso que tenho sido blasé com as novas febres da internet. Parei no orkut. Não tenho facebook. Não tenho twitter. Sei do que se trata mas ainda não tive vontade de entrar nessa ondinha. Acho que nem vou ter.

Resolvi ler os maravilhosos textos dos blogs dos meus amigos mais inspirados, sem nenhuma pretensão. Sei que o que está sendo escrito em blogs por aí vale a pena ser lido, por isso tornei esse hábito(de ler blogs) costumeiro em minhas visitas à internet.
Pois qual foi minha surpresa!
Quando vi já estava me inscrevendo para ter meu próprio blog! Meu Deus, foi muito mais forte do que eu.
Agora criei essa responsabilidade para mim e acho que vai ser gostosinho.
Agora eu tenho um blog.
O George tem um blog. Você que está lendo aí... pode espalhar!
Tomara que dê tudo certo... mas também como já diz o título dessa minha loucura: Conforme for será.
Beijos a todos os bloggeiros que me inspiraram. Todos.