quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Às entregas de uma mulher.

Aquela risada que já tanto me fez rir junto, hoje não passa de uma lembrança. Os dentes escancarados, o som que ressoava por toda a sala. Como éramos inocentes. Puros. Tanta coisa boa no coração, a sensação de vida. Éramos amantes mas ao mesmo tempo éramos cúmplices da felicidade que estávamos sentindo. A novidade do toque se misturava com a novidade do olhar que se misturava com a novidade de amar. O amor, de tão forte, não era mais só nosso. Parecia ser do mundo. E era. Pulsávamos energia divina. Tínhamos a responsabilidade de contaminar o mundo com os nossos sorrisos. E como era lindo o sorriso dela. A vontade de rir já era o próprio orgasmo.
O orgasmo era provavelmente o momento mais brilhante das nossas noites. Explodia, nos arrebatava. Era lindo. Seus olhos brilhavam, seu corpo tremia e eu humildemente me sentia amado. Essa sensação é tão boa que chega a ser estranha. Olhar nos olhos de uma mulher e ver que naquele momento ela te ama desesperadamente. A sensação de que você está sendo o responsável pelo momento mais fundamental de prazer na vida de uma mulher é alucinante. Vale mais que qualquer droga na veia.
Você se sente o fodão.
Com ela eu me sentia um escravo. Se ela estivesse feliz eu estava também. O sorriso dela era meu ouro. O seu corpo nu era o meu pão. O seu prazer era meu vinho. O suor dela era o meu suor. Tudo nosso era lindo.
Hoje sento numa poltrona velha da minha sala e fico relembrando momentos. Não faz mal ficar lembrando. É claro que as lembranças acabam despertando uma tristeza horrível que poderia muito bem ficar dormindo quietinha sem ninguém notar que ela está ali. Mas eu gosto de acordá-la. Vale a pena. Sempre valeu. Afinal de contas, sofrer é um barato também. Não deixa de ser uma onda. E se as lembranças fossem ruins não me esforçaria para tê-las. As lembranças são incríveis. Que mulher incrível!
Uma mulher que sabe se dar é a mais abençoada das mulheres. Viva a mulher entregue!
Viva meu amor!

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